26.5.08

 
Sem miniconto(s)

21.5.08

 

TÁ ASSUSTADO?


AHHHHHHHHH!

─ (rindo) TÁ ASSUSTADO?

─ O que foi?

─ Nada.

─ Por que esta arma?

─ Gosto de apontar isto pra cabeça das pessoas.

─ O que você quer?

─ Que não faça mais perguntas.

─ Moço, por tudo que é mais sagrado, sou pai de família, tenho dois filhos pequenos, minha mulher tá grá...

─ Cala a boca!

─ Ó, é todo o dinheiro que eu tenho.

─ Dinheiro? Rarará. Quero bem mais que isso...

─ É metade do meu salário!

─ Não vai mais precisar dele.

─ Olha, faço o que você quiser, mas me deixe ir.

─ Fica frio, cê tá indo pra muito longe.

─ Moço, pelo amor de Deus, pegue a grana e vá embora.

─ Acha que tá em condição de dar ordens?

─ Desculpa, só queria acabar com este pesadelo.

─ Sempre pensou que sua vida era um sonho, né?

─ O que eu fiz pra você?

─ Nasceu.

─ Por favor, toma o dinheiro.

─ Continua pensando que pode comprar tudo...

─ Ó, não lembro de você, mas se algum dia lhe fiz alguma coisa, peço desculpa...

─ Agora não vai mais esquecer.

─ Me deixa ir pra casa dormir!

─ Você vai dormir por muito tempo...


13.5.08

 

Onde se lê


Sim, está tudo bem e você?” (grifo nosso); leia-se: “NÃO!” ─ (grito nosso) ─ “Não está nada bem e eu também estou pouco me lixando pra você e pro seu sorrisinho sarcástico que finge preocupar-se com o sofrimento que lhe delicia.”

“Pode deixar, nós vamos com certeza”; leia-se: “Deixar? Sim, ela me deixou. Nós? ‘Nós’ agora é só um remoto conceito que tinha quando a solidão ainda não roubara minha sombra. ‘Vamos’ é apenas uma expressão de um ser que, perdido em si mesmo, não vai ao seu próprio encontro. E ‘certeza’ é, definitivamente, algo que não existe.”

“Minha(s) tentativa(s) não foi(ram) bem-sucedida(s), mas em breve creio que meu(s) projeto(s) terá(ão) pleno êxito”; leia-se: “É ($) tudo ($) uma ($) questão ($) de ($) dinheiro ($) e não hesito aos projéteis que me levarão pleno a outro plano.”

“Onde se lê”; leia-se: outro texto, porque este não é o que devia ser.


6.5.08

 

Teledoença


Vi, ti ligo.


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